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Mostrando postagens de fevereiro, 2008

Pleno Quotidiano XI

Cena 9 ( rua em frente à faculdade, Gabriella está parada encostada num poste, Marcos chega) Marcos : -Tchau, Gabi. Gabriella : - Gabi? Marcos :- (assustado) ...É. Gabriella : - Nossa! Marcos : - Que foi? Não pode te chamar assim? Gabriella : - Pode. É que eu me assustei. Sei lá, acho que é a terceira vez que conversamos. Marcos : - Então precisa de intimidade pro apelido. Gabriella : -Não. Marcos : - Você está se contradizendo. Gabriella : - Não importa. Marcos : - Não mesmo. ( Gabriella joga o fichário no chão) Marcos : Que foi? O que você tá fazendo? Gabriella : - Se se contradizer não importa, estou eliminando duas regras que se contradizem. A que diz pra eu ser eu mesma, e a que diz que eu não posso me insinuar pra você. ( Gabriella agarra-o e beijam-se) Marcos : - Nunca gostei de regras. Gabriella : - Gosta sim. Diz que não porque não sabe aplicá-las. Marcos :- (ri) Não conhecia essa sua veia cômica, Gabriella. Gabriella : -Gabi. Marcos : - Quê!? (Gabriella beija-o de novo) (B.O

Pleno Quotidiano X

Cena 6 (quarto de Carina, é dia e as janelas estão bem abertas. Carina e Gabriella conversam sentadas na cama) Gabriella : - Ele tem um "quê" assim....meio de... Carina : - Arrogante, metido, anti-social? Gabriella : - Não... É algo bom. Eu gosto! Carina : -Nossa! Gabriella : -Ele é meio soberbo. Carina : - Isso é bom? Gabriella : -É sexy. Carina : (ri) Gabriella : -É mesmo! Tem jeitinho de menino bravinho.Que quando recebe carinho fica um doce. Carina : - Fica babaca até. Gabriella :- Ai pára! Carina :(silêncio) - Resumindo. Você tá enfeitiçada. Gabriella : - Tô. Mas não vou ficar me insinuando, ele pode achar que eu sou dessas fáceis. Carina : - Não vai. Gabeiella : - Claro que sim! Onde já se viu?Eu ficar de frescura com ele. Carina :- Não precisa frescura.Fale normalmente com ele. Do seu jeito. Gabriella :- Isso eu já fiz. Carina :-Ai meu Deus! (pausa) ...Fez , como? Gabeiella : - Tipo eu cheguei, falei "oi sou a prima da Cá , valeu pelo livro." Carina : - E el

Pleno Quotidiano IX

Cena 8 (sala de aula, vazia, Marcos na carteira do canto lê um livro, o celular toca) Marcos : (olha a bina e atende)- Oi Cá. Carina : - Bom dia amor. Onde você tá? Marcos : - Na sala de aula. Tivemos aula vaga hoje e eu to aproveitando pra estudar. Carina : -Você ta bem?Sua voz tá diferente. Marcos : Tô.Ah...(pausa) Eu tô mais ou menos. Carina : - Que foi? Marcos : -Ah Cá...umas coisas aí.Depois eu te falo. Carina : - Quem? Marcos : -Quem o que? Carina : - Quem falou o quê pra você ficar assim? Marcos : (risos) Haha. Depois eu te conto. Vou acabar com teus créditos. Carina : -To no serviço, cala a boca e fala. Marcos : - Cala a boca ou fala? Carina : - Vai Marcos, cacete. Marcos : - Lembra da história do fusca? Carina : - Sim. Você ficou interessado.É isso? Marcos : - Fiquei. Carina : (silêncio) Marcos : (silêncio) Carina : - ... vai atrás. Marcos : Fui. Carina : - E? Marcos : - Rolou. Carina : (silêncio) Marcos : (silêncio) Carina : - Foi bom? Marcos : - Foi. Carina :- Como? Marcos :

Pleno Quotidiano VIII

Cena 15 (rua em frente à praça) Marcos :(correndo) - Gabi volta aqui. Gabriella :(correndo, à frente) -Vai embora. Marcos : - Me escuta! Por favor. Gabriella : Eu te odeio, filho da puta! Marcos : - Espera! Gabriella : Mentiroso, cachorro! (pára) Eu te odeio! (os joelhos cedem, e ela cai chorando) Marcos :(alcançando-na) -Me escuta, amor. Gabriella : (gritando) Vai tomar no cu Marcos! Pára de me chamar de amor! Eu ouvi! Larga essa sua máscara! Marcos : (pausa) Tá, desculpa.Agora deixa eu te explicar Gabriella : -Explicar o quê? Que você me ama sim? Que o que eu acabei de ouvir era uma brincadeirinha sua ? Eu te peguei no flagrante! Eu te peguei falando! Marcos :- A culpa não é minha, foi... Gabriella :- Vai dizer que foi seu amigo? Que ele assistiu muita Malhação e tá querendo dar uma de nos separar? Que ridículo Marcos. Marcos : - Olha. Ele teve interesse em que você ouvisse isso sim.Pode até não ter sido proposital, mas teve. Gabriella :- Eu quero que ele se foda! Ele não me enganou,

Pleno Quotidiano VII

Cena 10 (sala de aula, carteiras do canto) - Você gosta dela. Marcos : - Sim, por quê? - A frase foi afirmativa Marcos : Então, lhe digo: Com certeza! - Mas você não ama. Marcos : Por que me pergunta isso? - De novo. Marcos : - Então, por que afirma isso com tanta convicção? - Só falo o que eu vejo. Marcos :- Tá com ciumes é ? - Não seja ridículo. Marcos : - Você não merece metade da atenção que eu dispenso à ela. - Não mereço. Mas eu tenho. Marcos : - Em seus sonhos - Fatos falam mais alto do que sonhos, Marcos. Marcos :(pausa) - Como assim? - Você quer mesmo que eu explique? Marcos : (pausa) - Sim. - Então se o que você quer é ouvir da minha boca, eu lhe digo... Marcos : ( interrompendo) - Cala essa boca. - (silêncio) Marcos : O sinal já tocou, já tem gente entrando na sala.Vá pro seu lugar. - Eu sento aqui. Marcos : -Esse lugar é dela.Você sabe muito bem disso. - Hoje quem quer ocupar a cadeira dela sou eu. Marcos : - Não dê nenhum escândalo! - Jamais. ( Gabriella entra) Gabriella :

Pleno Quotidiano IV

Cena 5 (sala de aula) - Dá licença, você que é o Marcos? Marcos : - Sou sim. - Oi, eu sou a Gabriella, prima da Carina! Marcos : -Oi!(pausa) Tudo bem? Gabriella :-Tudo sim. Marcos :- Então tá bom Gabriella :(encara-o) Marcos :(silêncio) Gabriella : (continua encarando) Marcos : (vira-se pra frente) Gabriella :- (volta a si, e grita) ENTÃO! Marcos : (vira de volta) Então? Gabriella :- Eh, a minha prima disse que você reservou o livro pra mim. Marcos : - Reservei sim, é só passar lá e pegar. E pagar também, claro (risos) Gabriella :- Uhum (risos abafados) Marcos :(vira-se pra frente de novo) Gabriella :- Viu... Marcos :(voltando)- Oi Gabriella : -Obrigada. Marcos : -Disponha. Gabriella : -Sempre. (sai) Marcos :- Vaca. (B.O)

- Uma pausa no quotidianos-

Caro leitor: Se você acompanha esse blog há algum tempo, deve ter percebido que minha peça, Pleno Quotidiano, apresenta-se de maneira aleatória. Pedimos a compreensão e a paciência (ou não) E pra você que chegou agora: se quiser entender, comece lá de baixo com o Pleno Quotidiano I É isso aí :) BeijosmeliguemnomeuV3Dolce&Gabana

Pleno Quotidiano V

Cena 3 (noite, quarto de Marcos, luminárias ligadas) Marcos :-(entrando) Vem Cá, pode entrar. Carina :-(logo atrás) Brigada Má.Desculpa ter vindo sem avisar, é que se eu não pegasse essa revista hoje, ia estar ferrada! Marcos :- Cara, eu juro que nem lembrava que tinha emprestado isso de você.Eu a vi hoje mesmo, eu tava limpando o quarto.Dei até uma lida e ri piscinas com ela. Carina :-(rindo) Haha, riu do quê? Marcos :- Tinha uma matéria muito escrota, falando de coisas puritanas e tal. Carina :- Coisas puritanas? Que matéria? Marcos :- Uma que falava de alma gêmea, ou algo assim. Carina :- Ah tá! Eu sei do que você tá falando.Essa matéria se chama "Escolher sem procurar", se eu não me engano.Aliás, o autor dela é... Marcos :-(interrompendo)...é a pessoa mais decepcionada da face da terra!(ri alto)As coisas que ele escreveu, me mataram de rir.O coitado esperava que as pessoas fossem acreditar nessa baboseira toda, de encontrar a pessoa certa, de se "auto-valorizar"

Pleno Quotidiano IV

Cena 1 (quarto de menino.Iluminação média) Marcos :(só) -Tá na hora de ir.(vê o relogio) Ah não.É daqui a pouco.(olha o quarto) Que zona! Melhor dar um jeito nisso tudo. (toca o telefone) Marcos : Alô? - Oi Má. Marcos :-Fala Carina! Tudo bem? Carina :- Tudo.Viu, você tá indo pra faculdade? Marcos :- Estou. Eu tenho que pegar os nomes de uns livros que preciso comprar.Por quê? Carina :-Não, é que eu ia pedir um favor pra você.Minha prima tá vindo de outra cidade, sabe? Marcos :-Sei.Você comentou algo comigo.Ela vai fazer jornalismo também né? Carina :- Então. Ela vai fazer jornalismo, e eu precisava que você encomendasse os livros já pra ela.É que não vai dar tempo dela chegar e correr atrás dessas coisas.Você pode fazer isso pra mim? Marcos :- Posso, posso.Acho que é só dar o nome dela na livraria né. Carina : - Acho que sim.Ela se chama Gabriella da Silva. Marcos : Tá.Gabriela da Silva. Carina :- Com dois "l" o Gabriella tá. Marcos : Certo. Carina : Brigado Má.Tenho que desl

Pleno Quotidiano III

Cena 13 (praça,depois da aula) - Me diz. O que você estava falando com ele? Marcos : - Nada. - Nada não duraria tanto tempo assim.Vocês estavam muito concentrados no assunto.Pode falar, eu não ligo Marcos : - Liga sim. - Olha, você acabou de dizer que me ama. Não faz nem uma hora. Não precisa ter segredo pra mim. Marcos : - Não é questão de segredo.É só que tem coisas que é melhor não serem ditas. - Ta querendo me deixar mais curiosa né. Fala, meu. Marcos : - Desculpa. Foi algo muito inútil.Eu quero esquecer essa conversa. - Só me diz. Era de mim? Marcos : - Não. Em momento algum seu nome foi citado. - (silêncio)Então tá bom.Desculpa ser tão intrometida.Mas é que o jeito que vocês estavam conversando, sei lá.Pareceu-me um assunto muito importante, ou algo do tipo. Marcos : -Pode até ter sido importante.Só que eu já esqueci. No momento a coisa mais importante pra mim é você. - Tá bom então (beijam-se) Marcos :-

Pleno Quotidiano II

Cena 2 (rua,um fusca parado em cena,iluminação de dia) - Oi, você pode me dar uma informação? - Sim. - Onde fica a Avenida da Saudade? - Olha, você virá aqui e vai por trás, não suba na primeira que é contra mão, pegue a terceira, dê a volta na praça e desça.É lá. -(pausa) Valeu. (vai saindo com o fusca) - (pausa) Eu to indo pra perto de lá agora. Me dá uma carona que eu te mostro direitinho. -(longa pausa)...sobe aí. (sobe no carro) - Você é de onde? - Rio. - De janeiro? - Não! Rio Tietê. - Êta! Desculpa. - Magina, a ironia sai às vezes. Vira aonde agora? - Na próxima. - Pra que lado? - Direita... não! Esquerda, esquerda! (o carro vira bruscamente) - Porra! Prestenção, meu. Quase atropelei uma velha. - Foi mal, tava destraido. - Olha, sua função aqui é me dizer o caminho, nada mais que isso. - Já falei, foi mal! (silêncio) -Dê a volta nessa praça agora. (silêncio) - Quantos anos você tem? - Nossa! que pergunta retardada! - Pára o carro, vou descer. - Tá, desculpa.Tenho 23, porquê? - S

Pleno quotidiano I

Cena12 (Lanchonete, luz baixa. Discutem em pé próximos de uma mesa) -A culpa foi tua! -Minha? Por quê !? -Eu te disse pra parar de riscar meu braço daquele jeito. -Eu tava zoando, cacete! -Não interessa. Não entende que é você abrir a boca que chama a atenção? Mandaram a gente sair, e agora? -Agora nada, ué! E que mania de botar a culpa em mim! Você deu escândalo também! -Claro! Você gritou comigo. -Gritei merda.Cê gosta é de aparecer, isso sim . - Teu cu! -Gosta sim, não vem dizer que é mentira.Você gosta que lhe notem acima do seu palquinho. - Largue mão, o atorzinho amador aqui é você! - Sou mesmo, pelo menos eu assumo! - Assume é , bixa! - Sua infantilidade ainda consegue me impressionar.Impressionante! -Cala a boca.(aproxima-se) -Cala você (encara bem de perto) (beijam-se) -Te amo. -Quem era infantil aqui mesmo? (B.O)

"Eu sou quieto"

Eu já tomei o ônibus das seis e meia um tanto irritado sem saber com o quê.Pelo menos meu ponto é um dos primeiros, isso me dá bastante lugar pra sentar.O ruim é escolher, sei lá, parece que sempre me arrependo da escolha mais tarde. Hoje não foi diferente. Primeiro dia de aula pra muitos,faz o povo querer colocar o assunto em dia.Eu não tinha ninguém pra conversar, e mesmo se tivesse, duvido que me deslocaria em troca de um diálogo. Passando pelo próximo bairro de classe baixa, sobe muita gente.Sempre é assim.Fazendo jus ao fim das férias ficaram lá conversando.Como estava em silêncio,não pude deixar de ouvir: -Oh lá Ricardinho,-dizia um cara em pé no corredor- resolveu voltar né (risos).Tamo na mesma classe. -Ah voltei memo mano,- Ricardinho responde - mas cê ta ligado que o baguio é de respeito agora né. Ricardinho estava em pé bem ao meu lado, o excesso de gente no ônibus fazia com que ele constantemente raspasse seu orgão sexual no meu ombro.Isso me irritou. Continuaram o

Abdico

Acaba... Brilhantemente seus vícios viram pó, varrido pra debaixo do tapete. E então você percebe que tudo aquilo um dia formulado fora em vão. Que suas escolhas não foram as corretas, como imaginado. Que seu prazer encima do sofrimento de quem ama e do constante sigilo são obsoletos e cruéis. Começa... A jornada pela anulação de seu próprio "ideal" fajuto, algo que não é grande o suficiente pra tomar as rédeas de sua vida, contudo não é pequeno a ponto de ser ignorado. Caem as máscaras, caem os desejos caem as vontades , caem as amizades, e no fim sobra apenas o velho tapete solitário.Divorciado de toda poeira que um dia escondera. E te ligam, te convidam, e tem que estar presente.Calmo, ativo e com um copo de cerveja sorrindo na espuma. E tudo o que você quer é fugir, gritar alto longe dali, será um egoísta assim , mas quem se importa? Afinal de contas a "vida é uma só e devemos aproveita-lá ao máximo". Muitos vivem sobre esse quesito libertador, certo dia me atre