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Mostrando postagens de setembro, 2008

Ver mais do que ser

Por mais que evolua social e tecnologicamente, o homem ainda não aprendeu a deixar de lado a antipatia com o diferente, contrário ou, simplesmente, que não lhe seja rotineiro. Obstrui os próprios olhos quando é para enxergar as verdades alheias; nasce o preconceito. A formação cultural de qualquer ser-humano sustenta-se principalmente no desenvolvimento do caráter, ou, especificando-se, na noção de "certo" e "errado". O problema é que muitas vezes há uma confusão psicológica quanto o que é realmene aceitável perane outra pessoa. Discrimina-se gostos, opções, etnias, vontades, atos e até julgamentos.   A sociedade ainda não aprendeu a tolerar as novidades interpessoais, seja num grupo de deficientes físicos, numa família afro-descendente, num casal homossexual, em alguém vivendo só da arte ou vários outros casos. Há uma predisposição humana, quase que biológica, em barrar prontamente tudo aquilo que lhe for estranho; para, só depois, começar a julgar o quão aceitá

Justificativas...

Parado, ali, sobre a grama verdinha do asilo, Guilherme hesitou por um instante. Lembrara de uma cena, há muito esquecida, de sua pré-adolescência. Na cozinha, sentada a mesa, com o velho maço de Free vermelho, um deles aceso sobre o cinzeiro, ela com sua voz em alto e bom tom, com uma bacia de pipoca e uma xícara de chá-mate; dizia que preferiria morrer a ir para um asilo. Criar um filho, dar tudo: carinho, amor, afeto, e - o mais importante - dinheiro; não mereceria uma recompensa tão cruel. Isto marcou Guilherme, como um lembrete a ser encontrado no fundo de uma gaveta poeirada: não colocá-la num asilo. E era justamente o que fazia no momento. Olhara para ela, no fundo de seus olhos castanhos, os cabelos já todos sem a graça da juventude - grisalhos-, mas amarrados fortemente e com segurança como foi por toda a vida. Nas mãos, apertando contra o corpo, um retrato do marido: que saudade sentia dele! Guilherme começou a procurar desesperadamente em sua mente alguma justificativa qu