Enquanto Edgard saía para trabalhar, contemplava o céu e as formas abstratas púrpuras de mexilhão de nuvens. Edgard sabia que no mundo distante do seu Alice olhava o mesmo céu... com outras gravuras, outras vontades, outros gritos pitorescos de imagens naturais próprias desse mundo, ainda sim de mundos diferentes. Alice sentada no meio fio olhava carro por carro à medida que chiava baixo pela demora do ônibus. Forçando a vista para discriminar o número 11 do 14, sem querer olhou o alto da ladeira, e de lá viu o horizonte, e do horizonte o céu, e do céu as nuvens. Pensou em Edgard e no mundo dele, no desconhecido mesmo mundo dela. Alice conheceu Edgard por carta. Sim, por carta. Certo dia, o rapaz comprou um produto bem cretino de uma empresa longe - bem longe ... em outro estado! - e ao notar o mal funcionamento mandou uma carta para a empresa; muito mal criada, diga-se, na qual reclamava de sua aquisição. Truque do destino é que Alice era vizinha da tal empresa, e Edgard confundiu o n...
...leia e viva normalmente.