Talvez um dos prazeres mais inenarráveis da vida de um homem de vinte anos seja ficar em casa sozinho numa noite de sábado, comendo pizza de quatro queijos, bebendo coca-cola, sentado em frente do computador, com um fone de ouvido dos grandes, cantando bem alto Adriana Calcanhotto, Mart'nália, Seu Jorge, entre outros; além de sonhar com o amor distante e possível um dia desses e rir feito bobo da própria vida e entender porque as mulheres valorizam tanto esse tipo de coisa - depois de uma semana que começou com uma despedida - e um grande "não sei" pra resposta de toda pergunta, e a vontade quase que inexplicável de mandar essa inabilidade de lidar com palavras difíceis, líricas e estilísticas ir se danar, e de escrever um texto - metaforizando a vida real - sem um ponto final que seja...
- Então é isso, Celina? É pão, pão; queijo, queijo?... Eu bem vejo como você é determinada, como é cheia de preceitos e, sabe, isso é bonito de ver, Celina. Gente assim tá em falta no mundo, de verdade. Gente que sai, que escuta os outros, que pensa sobre as atitudes e que depois não arreda pé daquilo que determina. Eu não, Celina, eu sou um bundão. Todos os dias eu saio por aí tentando colecionar afetos depois que você me deixou. Não é que eu esteja te culpando, Celina, logo você que é tão compreensível. Eu só saía por aí tentando ser uma daquelas pessoas que conquista todo mundo com um sorriso, uma palavra doce, igualzinho a você. Eu queria ser você. Só que não adianta, não é verdade, Celina? Não adianta a gente querer mudar o que é de verdade, além de bundão, eu sou um turrão. Só me compram depois que lêem da página dois pra lá; contigo não, você é tão cheia de si, tão dona do sorriso mais sincero que eu já vi. Na verdade eu queria você pra ser um pouco como você. Eita menina d...
Comentários
Acredito que independente da idade de um homem, quando ele se encontra sozinho, apenas na companhia de seus pensamentos, sob efeito de uma bela e inspiradora trilha sonora, e consegue traduzir em palavras seus sentimentos, estes merecem ser lidos, porque é a representação mais fiel de quem esse homem é; saber o que uma pessoa sente e tentar compreende-la é algo que todos deveriam ser capazes de fazer, abdicar um pouco do egocentrismo e dedicarmos alguns minutos para ler e aprender um pouco mais sobre o sentimento alheio é algo inexplicavelmente revelador, talvez só assim seja possível descobrir quem na realidade somos. Hoje descobri porque gosto tanto de ler os devaneios de Marcelo Aglio, mesmo o conhecendo tão pouco, leio porque cada vez que me identifico com algo que é dito, eu me sinto menos sozinha, e mais segura de quem eu sou e do que sou capaz.
Eu poderia dizer novamente, as idéias que me passaram pela cabeça ou os momentos que eu revivi ao ler esse post, ou os outros, porém, hoje quero apenas agradecer por me lembrar que sempre haverá perguntas que não terão respostas, e não há palavra que possa explicar o quão frustrante isso pode ser, mas às vezes o melhor é continuar a viver, porque a vida não acabou, portanto sempre haverá a possibilidade de usarmos uma vírgula, um travessão ou uma reticência, e continuarmos a história.
Beijinhos