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Mostrando postagens de junho, 2010

Entrelinhas de uma Revanche.

Minha cor é a verde, não que eu assim seja, mas é a que eu elegi desde muito cedo. E também, desde criança, descobri que a dita coloração nomeia e representa o "sentimento (?)" da Esperança. Não tenho medo de sofrer, Eu não me importo em chorar. Tudo que eu quero é viver Um sonho lindo   Conclusão: desde que me entendo apto a discriminar cores, vejo-me apto também a classificar-me como um ser de esperança. Incontestavelmente, sou assim e sou desses. Eis-me mais velho, então, deixando escapar por alguns minutos - desses que formam anos - esquecendo-me daquela que deixo tomar minha dianteira. Com tanta gente nesse mundo Alguém será meu bem querer Porque não vou envelhecer Triste e sozinho  Até quando sou apto a realizar aquilo tudo que me propus? Por que a vida nos faz em essência diferente daquilo que almejamos? Não quero a esperança do amor conto de fadas, da perfeição e do silêncio da discordância. Quero o sofrimento da saudade, aliada a companhia dos defeitos: o res

Cumplicidade Masculina I

         Comprou a passagem, tomou uma água e desceu a escadaria do terminal da Barra Funda. Impressionava-se sempre com cada detalhe daquela cidade, desde uma trinca na parede até a civilização a perder de vista. Havia quatro cadeiras destinadas ao acomodo de quem esperava pelo ônibus com destino ao interior. Olhou bem para quem as ocupava: uma senhora gorda comendo um Club Social e ralhando com sua criança, sentava-se na última da esquerda. De tão espaçosa, achava-se no direito de deixar sua bagagem na cadeira ao seu lado. Na última da direita, encontrava-se um rapaz jovem, de boa aparência. Um rosto de expressão fechada, com sobrancelhas expressivas, mas com traços de jovialidade.          Sentou-se, então, na cadeira que lhe restava, entre os trecos da gorda e seu companheiro de juventude. Lá estavam. Todos mirando de esguio o grande relógio branco à espera das quatro da tarde; a mulher comia e xingava, o moço fechava a cara e lia e ele espiava tudo aquilo.          Não mais que