Pular para o conteúdo principal

TILT!

Desta vez não tem alegorias nem prosopopeias. E olha que nunca ousei tomar semelhante atitude em meus textos. Eu quero escrever como eu mesmo, sem personagens, sem enredo, tempo ou espaço.

Eu quero me derramar em palavras como se fosse esta a única solução para amenizar a angústia; como se em mim escrevendo e vocês lendo estivesse a resposta. Explicar tão bem o que eu sinto e o que eu preciso que eu sentisse em meu coração uma mão puxando aquelas ervas-daninhas que brotam do cimento nas calçadas, do tipo que a gente puxa e fica surpreso com o tanto de raiz que tinha por debaixo da terra. 

Precisaria que cada palavra traduzisse o mais ínfimo do meu ser à medida que restabelecesse a ordem nas coisas aqui dentro. Eu nem sei se isso é bom, não faço ideia se o texto vai ser bem feito ou agradável. Ele precisa fluir pelos meus dedos tocando o teclado como sempre foi. 

Um dos melhores conselhos que eu já recebi foi o de deixar de ser tão arredio, permitir que as pessoas me fizessem feliz. 

Uma das melhores definições que eu ouvi foi a de que a pessoa perfeita, com tudo o que você imagina e do modo que você quer, existe... existe dentro da sua cabeça e é lá que ela vai morar pra sempre.

Eu já ouvi que tem segredos que guardamos até de nós mesmos, e essa minha mania de ser o rei da transparência só vai me causar mais sofrimento.

Eu já ouvi que quando eu tiver um relacionamento, eu preciso definir muito bem o que eu entendo disso, porque seguir adiante com algo que não se tem intenções de ser eterno é leviano.

Eu já ouvi que eu sou uma pessoa incrível. Eu estava sendo abandonado, mas ouvi.

Eu já falei muita coisa também, mas infelizmente estas eu não gravo. O peso das palavras só pende no ouvido alheio e nunca na nossa garganta. Para se libertarem elas são como balões de gás hélio subindo goela afora, e quando encontram o alvo transfiguram-se numa bigorna em direção aos tímpanos.

Por lembrar tanto do que ouvi, esquecer tanto do que falei e não encontrar tanto o que eu nem sei se quero, dei TILT.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pão, pão; queijo, queijo.

- Então é isso, Celina? É pão, pão; queijo, queijo?... Eu bem vejo como você é determinada, como é cheia de preceitos e, sabe, isso é bonito de ver, Celina. Gente assim tá em falta no mundo, de verdade. Gente que sai, que escuta os outros, que pensa sobre as atitudes e que depois não arreda pé daquilo que determina. Eu não, Celina,  eu sou um bundão. Todos os dias eu saio por aí tentando colecionar afetos depois que você me deixou. Não é que eu esteja te culpando, Celina, logo você que é tão compreensível. Eu só saía por aí tentando ser uma daquelas pessoas que conquista todo mundo com um sorriso, uma palavra doce, igualzinho a você. Eu queria ser você. Só que não adianta, não é verdade, Celina? Não adianta a gente querer mudar o que é de verdade, além de bundão, eu sou um turrão. Só me compram depois que lêem da página dois pra lá; contigo não, você é tão cheia de si, tão dona do sorriso mais sincero que eu já vi. Na verdade eu queria você pra ser um pouco como você. Eita menina deter

O post do alcólatra

Situação: álcool na sexta e no sábado. Sábado é hoje, álcool presente contínuo. Decido por fazer a experiência de postar em tais moldes, veremos.Gostaria de dicertar sobre ontem. Tudo começa com a extrema irritação proveniente da convicência com outros seres-humanos ao longo do dia todo. Brigas e mais brigas, discuções, vontade de mandar ir tomar no cu pois minha vida é minha, se é que me entendem. Mas daí. Veio o encontro casual. Pessoas que estavam predestinadas a estarem lá naquela hora e naquele local. Revelações que apenas esperavam a oportunidade pra serem confirmadas, pois todo mundo já sabia de todo mundo. Diversão. Adrenalina. Flerte. Luxúria. Vergonha. Despreocupação. Casa. Xingo. Ressaca e dores genitais. Chega o sábado. Mentiras vão, mentiras vêm. Desculpas esfarrapadas que colam muito bem são dadas. Orgulho. Aniversário de irmã. Festa "surpresa". Carro de telemensagem. Declaração de amor. Falando em amor, o amor da vida estava presente. Contei todo o ocorrido no

Conselho X Consciência.

Perguntei: - Não quero mais viver assim! O que eu faço? Socorro! Responderam: - Se ela voltar com isso, chama num canto, estufa o peito e manda a real. Nem que suas próprias palavras lhe machuquem. Sou uma vergonha pra classe teatral.