Junto com as chaves e a xícara de café, quiçá o último gosto amargo que sentiria naquele lugar, ele deixou alguns escritos. Para fazê-los sintetizou o que havia sido sua vida até agora. Escrevera as palavras no alto da frieza, mesmo estando com o coração dilacerado; ia embora naquele momento com um sentimento de derrota. Ele estava indo como um perdedor, porque por mais que tentasse as coisas não seriam nunca do jeito que ele imaginou. Dentre os desabafos daquele papel estavam os motivos, a falta do diálogo talvez fosse o principal. "Por não tentarem me compreender, por não virem conversar comigo". Olhava para o passado e percebia "Poxa, pela primeira vez na vida eu tô feliz de verdade. Vocês têm noção o que é ver as pessoas vivendo as coisas? Irmãos, amigos, primos.. e você sempre de lado? Conformado-se que ia viver sozinho? Que seu estado permanente é este, que nasceu para estar deslocado e usa isso como desculpa pra ser tão aheio às pessoas. Mas não é assim, ne...
...leia e viva normalmente.