Essas páginas em branco não sabem o poder que têm. Quem outrora mal podia se controlar com seus segredos e angústias, agora esta defronte de algumas questões antes veladas e venenosas.
É válvula de escape: aumentar o ressentimento até colocá-lo do tamanho de si, e sair andando com ele por aí, destilando conceitos retrógrados e convenientes. Acontece que agora as coisas não são mais assim. O pobre ser falsário revelou-se por conta, quem convive sabe disso, e não há mais desculpas para manter bem atadas as amarras que serviam como estopim ao desequilíbrio. Portanto, não se vive mais encostado em mentiras.
Preciso colocar em ordem
o meu discurso contra a vida*
Tudo isso é fruto de uma palavra: o egoísmo. Pode ser fruto de outras também, mas é sobre ela que deve ser projetada a luz de cena, com a finalidade de se obter algum sucesso nas teorias sobre a vida. É um tipo especial de centralização no ego, esse que faz com que o vivente em questão consiga gostar das próprias tragédias que se fazem onipresentes em inúmeras questões.
Agora, o que mais lhe aflige é se ver às vezes sem força e vontade para provar a si mesmo, por consequência aos outros, que ele se incomoda com a falta de certezas futuras.
O que lhe incomoda de verdade é não estar certo sobre nada de que se passa no presente.
*Cérebro Eletrônico - Sérgio Sampaio Volta
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