"Redescobrir o valor de si próprio é algo muito lucrativo em determinados momentos da vida."
Gegório, ou Greg, era um quase adulto como qualquer outro. Aos dezoito considerava-se capaz de proezas melhores do que a de mais velhos ou novos. Tinha um talento ilustre para a música, e sabia que poderia ser melhor do que Chico ou Gil, pois, pra si, já era suficientemente bom e gozava de mais tempo para sua própria evolução. Ele só não falava nada disso pra ninguém, porque também sabia manter sua modéstia impecávelmente bem. Por pequenos atos ilustres depertava a admiração de qualquer pessoa.
E seguia sendo.
Sempre com a infalível tática de observar de início. Para alguns, precisava de cinco minutos, para outros, meia hora, para alguns, cinco dias, e pra pouquíssimos, a vida toda. Destes difíceis de se compreender, tornava-se amigo. De uma maneira admirável, diga-se de passagem. Greg era o tipo de amigo que apenas aconselhava quando requisitado, tornando-se , assim, muito cordial e respeitador com os problemas alheios. Além disso, tinha o costume de fazer as pessoas rirem com a piada certa, no tempo certo. De fazer as pessoas chorarem, com a palavra certa, o pequeno empurrãozinho para o pranto sempre era dele.
Por ser tão quente, Gregório era demasiado frio.
Pescava as situações que o cercavam de um modo superior e aterrorizante, em alguns casos. Demorava um tempo maior que a maioria dos seres-humanos para computar um sentimento qualquer. Se fosse pra achar graça de algo, relfetia sobre o teor cômico da piada, daí pensava se seria vantajoso para ele rir naquele momento, daí sim, soltava uma gargalhada em meio tom, boa de se escutar, além de mostrar seu belo sorriso muito convitativo. Agia da mesma forma quando era contrariado: pensava o porquê da afronta vinda de outra pessoa, e ponderava sobre sua certeza em defender a hipótese ou teoria contestada. Se lhe fosse útil mais tarde, calar-se-ia ou pediria desculpas, se não, fazia uso de sua impecável retórica poucas vezes vencida. Até pra chorar o rapaz possuia um retardo. Em despedidas, ofensas, mortes, músicas, demonstrações de afeto, delarações de amor etc; tudo era processado com seu calculísmo, repito, assustador, e se lhe valesse a pena, chorava de várias maneiras.
Seu choro era um show à parte. Conseguia soltar aquela lágrima no canto inferior do olho direito, perto do nariz, que escorria lentamente até a boca, então limpava com a mão e fazia uma cara de "que droga não quero chorar", amaceando assim o coração do causador de seu pranto. Greg só chorava pra valer, incontrolávelmente, quando algum de seus costumes fossem quebrados. Quando não provesse de tempo pra pensar em sua próxima ação, quando era jogado contra a parede, ou, a pior, quando engolia alguma palavra.
Ele até sentia a asperez pela garganta, descendo vagarozamente, quando quase no estômago, fazia uma transposição estranha ao coração. E chegava como uma bigorna, apertando-o e fazendo-o pesado. Com a mesma força que a palavra descia, a ânsia e um grito abafado apertando as amídalas subia. Espremia tanto, que fazia os olhos cerrarem, enxarcando-lhes. Pelos dois olhos, as lágrimas desciam por todo lugar possível. Avermelhava a face, trancava o nariz, soluçava , desmontava e, dando o ultimato de sua condição humana, esquentava-o.
Ficava tão quente quando chorava, tão frágil, de dezoito ia a dois meses. Precisando dos cuidados alheios, incapaz de fazer qualquer coisa por si só.
Pelos tempos seguintes, murmurava pelos cantos, mudava drásticamente de humor e ia paulatinamente soltando pedaços da palavra engolida. E se sentia péssimo por ter perecido a essa situação. Nesse ciclo, acontecia algo milagroso, era como se Greg precisasse sempre disso, de tempos em tempos. Ele redescobria o valor de si próprio, e percebia ser um negócio muito vantajoso. Melhorava por isso, e se achava, mais uma vez, alguem superior pelo domínio dos sentimentos e pelo descaso com que tratava os de qualquer outra pessoa na face da terra.
Greg é apaixonante.
Gegório, ou Greg, era um quase adulto como qualquer outro. Aos dezoito considerava-se capaz de proezas melhores do que a de mais velhos ou novos. Tinha um talento ilustre para a música, e sabia que poderia ser melhor do que Chico ou Gil, pois, pra si, já era suficientemente bom e gozava de mais tempo para sua própria evolução. Ele só não falava nada disso pra ninguém, porque também sabia manter sua modéstia impecávelmente bem. Por pequenos atos ilustres depertava a admiração de qualquer pessoa.
E seguia sendo.
Sempre com a infalível tática de observar de início. Para alguns, precisava de cinco minutos, para outros, meia hora, para alguns, cinco dias, e pra pouquíssimos, a vida toda. Destes difíceis de se compreender, tornava-se amigo. De uma maneira admirável, diga-se de passagem. Greg era o tipo de amigo que apenas aconselhava quando requisitado, tornando-se , assim, muito cordial e respeitador com os problemas alheios. Além disso, tinha o costume de fazer as pessoas rirem com a piada certa, no tempo certo. De fazer as pessoas chorarem, com a palavra certa, o pequeno empurrãozinho para o pranto sempre era dele.
Por ser tão quente, Gregório era demasiado frio.
Pescava as situações que o cercavam de um modo superior e aterrorizante, em alguns casos. Demorava um tempo maior que a maioria dos seres-humanos para computar um sentimento qualquer. Se fosse pra achar graça de algo, relfetia sobre o teor cômico da piada, daí pensava se seria vantajoso para ele rir naquele momento, daí sim, soltava uma gargalhada em meio tom, boa de se escutar, além de mostrar seu belo sorriso muito convitativo. Agia da mesma forma quando era contrariado: pensava o porquê da afronta vinda de outra pessoa, e ponderava sobre sua certeza em defender a hipótese ou teoria contestada. Se lhe fosse útil mais tarde, calar-se-ia ou pediria desculpas, se não, fazia uso de sua impecável retórica poucas vezes vencida. Até pra chorar o rapaz possuia um retardo. Em despedidas, ofensas, mortes, músicas, demonstrações de afeto, delarações de amor etc; tudo era processado com seu calculísmo, repito, assustador, e se lhe valesse a pena, chorava de várias maneiras.
Seu choro era um show à parte. Conseguia soltar aquela lágrima no canto inferior do olho direito, perto do nariz, que escorria lentamente até a boca, então limpava com a mão e fazia uma cara de "que droga não quero chorar", amaceando assim o coração do causador de seu pranto. Greg só chorava pra valer, incontrolávelmente, quando algum de seus costumes fossem quebrados. Quando não provesse de tempo pra pensar em sua próxima ação, quando era jogado contra a parede, ou, a pior, quando engolia alguma palavra.
Ele até sentia a asperez pela garganta, descendo vagarozamente, quando quase no estômago, fazia uma transposição estranha ao coração. E chegava como uma bigorna, apertando-o e fazendo-o pesado. Com a mesma força que a palavra descia, a ânsia e um grito abafado apertando as amídalas subia. Espremia tanto, que fazia os olhos cerrarem, enxarcando-lhes. Pelos dois olhos, as lágrimas desciam por todo lugar possível. Avermelhava a face, trancava o nariz, soluçava , desmontava e, dando o ultimato de sua condição humana, esquentava-o.
Ficava tão quente quando chorava, tão frágil, de dezoito ia a dois meses. Precisando dos cuidados alheios, incapaz de fazer qualquer coisa por si só.
Pelos tempos seguintes, murmurava pelos cantos, mudava drásticamente de humor e ia paulatinamente soltando pedaços da palavra engolida. E se sentia péssimo por ter perecido a essa situação. Nesse ciclo, acontecia algo milagroso, era como se Greg precisasse sempre disso, de tempos em tempos. Ele redescobria o valor de si próprio, e percebia ser um negócio muito vantajoso. Melhorava por isso, e se achava, mais uma vez, alguem superior pelo domínio dos sentimentos e pelo descaso com que tratava os de qualquer outra pessoa na face da terra.
Greg é apaixonante.
Comentários
dooper!!!