Pular para o conteúdo principal

Pleno Quotidiano IX

Cena 8

(sala de aula, vazia, Marcos na carteira do canto lê um livro, o celular toca)

Marcos: (olha a bina e atende)- Oi Cá.
Carina: - Bom dia amor. Onde você tá?
Marcos: - Na sala de aula. Tivemos aula vaga hoje e eu to aproveitando pra estudar.
Carina: -Você ta bem?Sua voz tá diferente.
Marcos: Tô.Ah...(pausa) Eu tô mais ou menos.
Carina: - Que foi?
Marcos: -Ah Cá...umas coisas aí.Depois eu te falo.
Carina: - Quem?
Marcos: -Quem o que?
Carina: - Quem falou o quê pra você ficar assim?
Marcos: (risos) Haha. Depois eu te conto. Vou acabar com teus créditos.
Carina: -To no serviço, cala a boca e fala.
Marcos: - Cala a boca ou fala?
Carina: - Vai Marcos, cacete.
Marcos: - Lembra da história do fusca?
Carina: - Sim. Você ficou interessado.É isso?
Marcos: - Fiquei.
Carina: (silêncio)
Marcos: (silêncio)
Carina: - ... vai atrás.
Marcos: Fui.
Carina : - E?
Marcos: - Rolou.
Carina: (silêncio)
Marcos: (silêncio)
Carina: - Foi bom?
Marcos: - Foi.
Carina:- Como?
Marcos: - Bom
Carina: -Como, cacete?
Marcos: - Foi...não tem como explicar. Sabe quando acabam com todas as suas defesas?
Carina: - (silêncio) Acho que sim...
Marcos: - Então. Acabou comigo primeiro. Me descobriu. Destruiu minhas barreiras.
Carina:- Tá amando?
Marcos: - Não.
Carina: - Tá.
Marcos: - Não.
Carina: - Tá.
Marcos: -Não sei. Tô. Ou não. Nunca me senti assim antes.
Carina: - Quer de novo?
Marcos: - Não.
Carina: - (silêncio) Esse não me soou sincero.
Marcos: -Ainda bem.
Carina: - E minha prima?
Marcos: - Gosto dela.
Carina: - Isso pareceu sincero também.
Marcos: - Vou pedir pra ficar com ela.
Carina: - Não peça
Marcos: - Afe! Por quê?
Carina: - Não fale nada. Chegue e beije.
Marcos:- Como?
Carina: - Não, ainda não.Espera umas duas semanas de namoro.
Marcos: (rindo) Haha. Só você Cá.
Carina: -(silêncio) Eu sei.Só eu mesma!
Marcos: - Lhe obedecerei.
Carina: - Se me prometer que não fará isso sempre, tudo bem.
Marcos: - Prometo.
Carina: - Vou te deixar estudar.
Marcos: - Isso se eu conseguir.
Carina: - Cuidado com o que parece mas não é Marcos.
Marcos: - Tá.
Carina: - Beijos.
Marcos: - Beijos, amo vo...(Carina desliga).
(Marcos olha pro celular, sorri e volta ao seu livro)

(B.O)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pão, pão; queijo, queijo.

- Então é isso, Celina? É pão, pão; queijo, queijo?... Eu bem vejo como você é determinada, como é cheia de preceitos e, sabe, isso é bonito de ver, Celina. Gente assim tá em falta no mundo, de verdade. Gente que sai, que escuta os outros, que pensa sobre as atitudes e que depois não arreda pé daquilo que determina. Eu não, Celina,  eu sou um bundão. Todos os dias eu saio por aí tentando colecionar afetos depois que você me deixou. Não é que eu esteja te culpando, Celina, logo você que é tão compreensível. Eu só saía por aí tentando ser uma daquelas pessoas que conquista todo mundo com um sorriso, uma palavra doce, igualzinho a você. Eu queria ser você. Só que não adianta, não é verdade, Celina? Não adianta a gente querer mudar o que é de verdade, além de bundão, eu sou um turrão. Só me compram depois que lêem da página dois pra lá; contigo não, você é tão cheia de si, tão dona do sorriso mais sincero que eu já vi. Na verdade eu queria você pra ser um pouco como você. Eita menina deter

O post do alcólatra

Situação: álcool na sexta e no sábado. Sábado é hoje, álcool presente contínuo. Decido por fazer a experiência de postar em tais moldes, veremos.Gostaria de dicertar sobre ontem. Tudo começa com a extrema irritação proveniente da convicência com outros seres-humanos ao longo do dia todo. Brigas e mais brigas, discuções, vontade de mandar ir tomar no cu pois minha vida é minha, se é que me entendem. Mas daí. Veio o encontro casual. Pessoas que estavam predestinadas a estarem lá naquela hora e naquele local. Revelações que apenas esperavam a oportunidade pra serem confirmadas, pois todo mundo já sabia de todo mundo. Diversão. Adrenalina. Flerte. Luxúria. Vergonha. Despreocupação. Casa. Xingo. Ressaca e dores genitais. Chega o sábado. Mentiras vão, mentiras vêm. Desculpas esfarrapadas que colam muito bem são dadas. Orgulho. Aniversário de irmã. Festa "surpresa". Carro de telemensagem. Declaração de amor. Falando em amor, o amor da vida estava presente. Contei todo o ocorrido no

Conselho X Consciência.

Perguntei: - Não quero mais viver assim! O que eu faço? Socorro! Responderam: - Se ela voltar com isso, chama num canto, estufa o peito e manda a real. Nem que suas próprias palavras lhe machuquem. Sou uma vergonha pra classe teatral.